quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Cadê sua criança?




Perguntas para fazer a si mesmo:
Como eu estou vivendo? Como tenho me tratado? Tenho sido zeloso ou displicente?

Quais as qualidades dos meus vínculos? Como me relaciono com as pessoas? Com meu parceiro? Com as crianças?

Há quanto tempo não falo comigo? Eu fico comigo e bem?

Todos somos sós, o que é diferente de solidão. Solitude é estar com você mesmo, desfrutar da sua presença, e saber que conta com você. Você não se abandona se aceita, e é companheiro de si mesmo.

Nascemos em estado de total desamparo, precisamos de alguém que nos cuide para sobrevivermos. Depois, precisamos de alguém que nos facilite o desenvolvimento, para que possamos ter autonomia e nossas potencialidades possam se revelar. Alguém que me cuide, que me dê afeto, mas que não seja demasiadamente protetor, alguém suficientemente bom. Num entanto, nem sempre somos bem recebidos quando nascemos, nem temos todas as nossas necessidades satisfeitas. Em outra etapa da vida isso se mostra em forma de insegurança, desejo de receber o que nunca vai receber, nem ser preenchido, é o vazio existencial. Podemos viver com o vazio existencial? Sim, podemos. Quando entro em contato comigo mesmo, permitindo o ressurgimento da criança em mim. Aquela criança ferida, que ficou escondida esse tempo todo, sem quintal e sem amigos para brincar. Quem não tem uma criança dentro de si? Sapeca, eu? Sapeca, você!

Criança que se perdeu, se afastou, se calou, se inibiu. Criança que dizia na cara o que sentia, que era criativa, alegre! Que com simplicidade se encantava com árvores para subir, balanços para se balançar, bolinhas de sabão, brincadeiras de roda e gangorra! Quanto prazer e satisfação na amarelinha, no queimado, nos castelinhos de areia, em pular corda e andar de bicicleta... tempo em que você ficava com você.

E onde foi parar o quintal? Deixe sua criança reencontrar seu quintal, deixe-a livre para correr nesse quintal, sem processos de distanciamento da sua própria essência. Sem medo de gritar para não incomodar. Criança não precisa corresponder às expectativas dos outros, ela simplesmente é. Onde está mesmo sua criança? Brinque com ela!

O primeiro caminho que precisamos encontrar para ter saúde é o caminho da alegria. Como diz numa música, que é um momento de arte, onde se cria um espaço de possibilidade entre ou Isso ou Aquilo, e isso e aquilo se torna possível, “vá em busca meu amigo da harmonia... E as crianças livres brincam em todos corações.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário